quinta-feira, 29 de novembro de 2012

As Maravilhas da Província


Todos os dias me pergunto se esta será uma questão regional, ou simplesmente apanágio das localidades de província, pois a única certeza que tenho é que isto, jamais, aconteceria numa grande cidade.

Todos os dias faço o mesmo percurso, o qual inclui ruas estreitas, com carros estacionados na faixa de rodagem, e todos os dias me deparo com um artista de circo qualquer (vulgo palhaço), que resolve estacionar o carro no meio da estrada, enquanto a fila de carros se acumula atrás, esperando pacientemente que o individuo se digne avançar e desimpedir o caminho.

Tenho-vos a dizer que eu sou do grupo dos pacientes, daqueles que não buzinam, que toleram, que colaboram para aliviar as dificuldades alheias, mormente as dificuldades de estacionamento, que, efectivamente, na zona centro da minha cidade(zinha) são muitas… mas porra! Não sou santa!

Um dia destes, já atrasada e em esforço para chegar à creche do meu Filho, sou forçada a parar o carro para deixar uma carrinha descarregar.

Tendo em consideração que o local é, de facto, difícil, que o estacionamento não abunda e que para carros de carga a situação piora substancialmente, resignei-me… pensei, coitado do homem, há-de ter que descarregar um frigorífico, ou uma palete de revistas, ou qualquer coisa de grande porte e não será fácil andar 500 m (distância até à qual teria estacionamento) a carregar com aquele peso imenso às costas!

 Mas enganei-me, o senhor tinha afinal que descarregar…. uns óculos!

Quando me apercebi que o homem tinha estacionado o carro no meio da estrada, que me forçava a chegar atrasada, que a fila de carros ultrapassava o alcance da vista e que o individuo o fazia sem qualquer remorso, razoabilidade ou simples respeito cívico para com aqueles a quem impunha a espera, enlouqueci!

Buzinei-lhe e “mandei-o” avançar. Ele riu-se, esticou o dedo em tom de autoridade incontestável e disse-me aquilo que eu não ouvi mas que consegui ler nos seus lábios: “agora esperas e esperas mesmo!”

E eu esperei! Roxa de ira e com vontade de o fazer engolir uma granada, não tive outra opção senão esperar.... mas buzinei-lhe até à inconsciência!

Já vos falei do meu desejo de possuir uma arma não já? 

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