Pitanga Amiga Ensina!

Hoje trago-vos um ensinamento, que eu cá sou muito compartilhadeira (o que é que foi? Anda toda a gente a comer de cebolada o tal do acordo ortográfico e eu não posso dar largas aos meus talentos naturais?!!!).

Como eu estava a dizer, sendo eu um poço de sabedoria, hoje resolvi dar uma vertente didáctica ao blogue. 

Então é assim: Sabiam que a canela não tem sabor? Ah pois é! Não tem não, e se não acreditam vão lá experimentar. É só tapar o nariz  e a seguir por um nadinha na língua, e depois digam lá se não é o mesmo que comer areia?!!

Vá, vão lá, e depois venham cá dizer!

Ah, sim, e não precisam agradecer.

Amar a Profissão Não Basta!!!

Das poucas incursões que fiz a uma loja do chinês, logo perdi a vontade de repetir o feito.

Já sei, muitas vozes se levantarão dizendo: olha esta, com a mania que é Madame, que é fina, pois que essas lojas caras, como a Zara e H&M e que tais, é tudo coisa de Lady!!!

É um facto, eu sou, efectivamente, finíssima! Mas adiante.

Estava eu a dizer, entrei na loja, cabisbaixa e de fininho, quando sou abordada pela tal amiga dos telefonemas desinteressados…

- Ah, olá, que bom ver-te, era mesmo contigo que eu queria falar!!!!

- Ah, sim, estás boa?!! (sem qualquer tentativa de disfarce do azedume que me ia no estômago).

- Olha, estou com um problema, quero que vás lá a casa para falarmos. (Oi?!!!)

Sem saber se me ria directamente na cara da jovem, ou se a insultava, fiquei-me pelo arregalar de olhos que habitualmente diz tudo. Ainda assim, não percebeu.

Expliquei melhor:

- Olha, esses assuntos são tratados no escritório, passa por lá! (acompanhado de uma piscadela de olho para quebrar o gelo).

- Ah, passar por lá?!.... Mas, então e depois.....?!!!

O Amor É Lindo

No supermercado, aproximei-me da fila que me pareceu ter menos gente e aguardei, pacientemente, a minha vez.

À minha frente estava um casal, aparentemente, normal, que fazia exactamente o mesmo que eu, esperava!

Às tantas, uma funcionária abre a caixa do lado. Eu, bem comportada e cumpridora que sou, deixei-me ficar, à espera que o casal avançasse, pois que, se estava à minha frente, pareceu-me por bem dar-lhe a oportunidade de se chegar à caixa primeiro.

Vendo que nenhum dos dois se mexia, e temendo que um espertalhão qualquer lá de trás nos/me roubasse o lugar, pergunto ao rapaz se não quer avançar para a caixa recentemente aberta e ainda vazia.

Ele lá sugere à mulher que se despache e, em tom de compadrio, dirige-se a mim, enquanto estica o queixo em direcção à companheira: “Parece que está a dormir!!!”

É nestas ocasiões que percebo porque muitas mulheres optam pelo celibato!

Embrulha!!!

Comi que me lambuzei até à inconsciência, aliás como sempre.

Na hora de pagar, verifico que, lamentavelmente, não tenho um cêntimo na carteira.

- Ah… bem… desculpe, posso pagar com multibanco?

Ar de chofre, cabecinha de lado, sobrancelhas eriçadas, sorrisinho cínico:

- Isto é uma pastelaria! Não temos multibanco!!!

Realmente, que atrasada mental devo ser… uma pessoa acha-se sempre menos parva do que na realidade é, verdade?!!! 

Pão, esse Demónio dos Infernos!

Uns tomatinhos fritos com ovos é petisco para me levar ao céu! Mas sem pão, não tem metade do sabor!

Para o efeito, passei pelo supermercado. 4 pãezinhos maravilha, quentinhos e a estalar, devem chegar!

Com o jeitinho e delicadeza que me são próprios, consegui rebentar o saco dos pãezinhos, enquanto, horrorizada, os via espalharem-se pelo chão...

Apressadamente e de cara à banda, agarro nos pães....não sem antes ponderar a possibilidade de deixá-los lá e fugir...

Dirijo-me à padaria com os 4 pães na mão e explico à senhora que rebentei o saco... 
- Desculpe, importa-se de me colocar noutro saco, é que eu rebentei este ...
(a ideia era pagar o pão e deita-lo fora a seguir, naturalmente).
- Ah, não se preocupe, dê cá o pão, tire da prateleira outra embalagem....

Com um sorriso rasgado, dirijo-me rapidamente à prateleira e retiro novo saquinho, com 4 pães muito limpinhos... 

Pelo canto do olho ainda vislumbro a descontracção da senhora enquanto ensaca os pães que varreram o chão do supermercado e os coloca, frescos e fofos, na prateleira....

Não sei porquê, mas o jantar hoje não me caiu tão bem....

Tentar não Custa!

Hoje sonhei que era rica e que tinha uma chaise long no gabinete. Eram 15H00 e eu dizia para a minha assistente:

- Estou em reunião, não me passe chamadas.

- Oh Dr.ª, mas a Dr.ª está sozinha…!

- Não interessa, eu reúno com quem eu quiser!

Bem, não sei se foi um sonho… mais um projecto para o futuro!

Dia de Turno

À porta da sala de audiências, encontro-me com o cliente para a prosa do costume. Inteiro-me dos acontecimentos e faço o prognóstico.

Uma condução com álcool… até aqui nada de novo.

O cheiro a vinho que o homem exala faz-me levantar a questão dos antecedentes.

- Ah, sim, já cá estive outras vezes…. Mas olhe, veja lá, tem que me defender em condições que eu tenho que ficar bem na fotografia…

Venho a descobrir que o curriculum é extenso, de fazer inveja a qualquer lista telefónica.

Perante isto, preparo o homem para o pior. Ele ameaça-me dizendo que sabe onde é o meu escritório.

Do alto do meu metro e meio faço-o perceber que entre os muitos predicados de um advogado não está o de fazer milagres. Fazemos as pazes.

Agora que já somo amigos, pede-me boleia para regressar… minto descaradamente dizendo que ainda vou ficar pelo tribunal….

Como se aquilo estivesse a correr bem diz-me:

- Ah, é verdade, tenho aqui o papel que me pediu - acto continuo, levanta a camisola e saca o documento de dentro das calças (não do bolso), enquanto o estende na minha direcção acompanhado de um sorriso.

- Deixe estar, logo me dá isso depois…. (enquanto tento desesperadamente não tocar no papel ao mesmo tempo que reprimo o vómito e o choro).

O homem insiste: - Não, veja lá se é isso! Novamente aquele sorriso.

Devia ter-lhe dado boleia!  

A P... da Idade!

O envelhecimento é uma coisa que me deprime, com a qual lido mal, daí que cada vez que me julgam mais velha do que aquilo que sou (coisa que raramente acontece) a minha alma sangra violentamente!

Já aqui vos relatei uma situação em que o meu ego foi vítima da mais odiosa e violenta agressão, mas a que vos trago hoje é coisa para me levar à cama!

Então, estava eu, o marido e um amigo, em amena converseta, quando este último me diz assim:

- Ah, andaste nessa universidade, então deves conhecer o fulano tal… tu tens a minha idade, não?

Sendo que o marido sabe o quanto a questão é sensível … rapidamente e de olhos esbugalhados em direcção ao amigo, responde:

- Estás doido pá, tu tens 42 anos!  

Eu, como se tivesse enfiado a cabeça num par de pratos de bateria, engoli em seco e balbuciei:

- eu tenho 36 anos – ao mesmo tempo que franzia o canto dos olhos num sorriso amarelo, que vertia a dor lancinante que me consumia.

Para terminar em beleza, o rapaz conclui, com ar de espanto:

- A sério!!!!?