quarta-feira, 31 de julho de 2013

Quer que lhe faça um Desenho?

Sempre que o telefone toca eu atendo. Não tenho problemas com números desconhecidos ou não identificados. Se me ligam, assumo que querem falar comigo, e tenho sempre esperança que me queiram oferecer alguma coisa…tonta, já sei!

Gosto especialmente quando do outro lado da linha se começa a conversa com: “ Quem fala?”
Como assim, quem fala? Então liga-se para alguém que não se sabe quem é? Só falta dizer: “oh, desculpe lá, é que eu sou maluquinho … era só para tirar nabos da púcara, e como você que está aí desse lado é um puro calhau com olhos, vai dar-me a informação toda que eu quiser sem questionar. Ora, vamos então começar pelos seus códigos de acesso ao net banco!”

Hoje foi dia:
- Quem fala?
- Com quem deseja falar?
-  Ah, é o Sr. Valdemar?
-  Não (seguido de silêncio ensurdecedor que gritava: oh sua estúpida, mas eu lá tenho voz de um qualquer Valdemar da vida?)
- Então é a esposa do Sr. Valdemar?
- Também não, a Sr. ª está enganada!
- Estou? Olhe que eu acho que não!
- Minha Sr.ª, a Sr.ª está enganada (já em tom de azedume)!
- Mas a Sr.ª não tem uma filha?
- Não, não tenho.
- Tem a certeza?
- Qual foi a parte da minha resposta que a Sr.ª não percebeu?
- Ah, pronto, então desculpe, foi engano!

Jura!!!

Dois minutos depois, novo telefonema de número não identificado. A mesma voz:

- Bom dia, é a Mãe da Nancy?
(Nancy? A sério?...)
- Não minha Sr.ª, não é! Já lhe disse que não sou a pessoa que procura!
- Ah é é!!!
- Olhe, esta conversa acaba aqui!
- Ai não acaba não, que eu sei onde você trabalha! (aqui comecei a achar graça).
- Óptimo, então venha cá ter! Tratamos do assunto aqui no escritório de advogados!
- Escritório de advogados? Ah, ah, ah (lol)
- piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

Nancy?!!! Por amor da Santa! Ninguém merece!


terça-feira, 30 de julho de 2013

A Princesa Sofia!!!

Adoro almoços com Amigas, almoços em que se comem coisas que sabem bem ao mesmo tempo que se fala de tudo e de nada. Adoro deitar conversa fora. Falar de trivialidades, de coisas mais e menos sérias, de Filhos e de férias… enfim, não sou esquisita! Não se falando de desgraças, tudo o resto serve!

Hoje almocei com uma Amiga, falámos de coisas, cenas e tricas e, necessariamente, de Filhos, das suas graças e evoluções.

Em época de fim de ano escolar, surge o tema das avaliações. Sim, que a malta do berçário já tem avaliação, e reunião de Pais e chamadas de atenção…

Dizia-me a minha Amiga que, um dia destes, foi à reunião de Pais, saber dos progressos da sua jovem Filha, de 3 anos. Enquanto passavam o vídeo alusivo às actividades dos “piquenos” a Mãe lia sofregamente a ficha de avaliação enquanto se enfurecia com o reparo da educadora, onde se lia “ tem dificuldade em distinguir a realidade da fantasia”.

Pensava ela: “Mas que disparate é este? Querem lá ver que eu vou já aqui armar o barraco? Fantasiosa a minha “piquena”? Mas está tudo doido?”

Quando se preparava para descompor a educadora, eis que a jovem dos seus olhos surge no vídeo e, perguntada sobre as actividades do fim de semana, a menina responde muito delicadamente: “Então, fui com a Mãe e o Pai, ao baile da princesa Sofia, e dançámos, dançámos, dançámos…”




Pois é minha Amiga, tendo em consideração que as crianças não mentem, o melhor é mudares os hábitos domingueiros, que isto dos bailes está muito démodé!  E deixa lá a educadora, ela não sabe o que diz!

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Enlouquecer será isto?

Quando se pega no comando do ar condicionado e se o mete na mala com a convicção pura de que se trata do telemóvel.... é caso para dizer que, no mínimo, está-se cansada, né?!

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Serviço Público


Entrei naquele organismo e perspectivei um atendimento rápido e proveitoso. Fui a primeira a chegar.

Encostei-me ao balcão e esperei pelo atendimento. A funcionária do costume não se encontrava no posto de trabalho. Pensei: Deve estar lá dentro (seja isso onde for) a fazer coisas muito importantes!

Ao meu lado estava um rapazinho com cara de anjo e voz sumida que explicava à funcionária do guichet seguinte, as características dos produtos que vendia … 

A “minha” funcionária reaparece. Faço um sorriso luminoso e espero que ela se aproxime. Toda a gente diz que sou ingénua… será?!!

A senhora passa por mim sem me ver, ou assim quis fazer crer. Dirige-se ao jovem, pergunta-lhe duas ou três coisas sobre os produtos e convida-o a entrar na sala do lado, afinal compra que é compra merece sempre reflexão.

- Sim, podem ir, ora essa, eu aguardo .... até nem tenho pressa - penso eu!

O meu sorriso luminoso vai-se desfazendo e dá lugar a um sorriso amarelo….

Enfim, mais vale um sorriso triste do que a tristeza de não saber sorrir… não é assim que dizem?!


quarta-feira, 17 de julho de 2013

Ai as ganzas!


Hoje estou de turno, mais um!

Desta vez um furto.

Explica-me a arguida enquanto arrota sonoramente:
- Olhe, nem sei o que me deu. Fumei uma ganza, passei-me logo. Nem sabia o que estava a fazer!

Curioso como cada vez que se perde a consciência ataca-se a registadora de alguém....! É que é preciso ter azar, logo duas vezes no mesmo dia!

terça-feira, 16 de julho de 2013

Sejamos solidários a dar ... e humildes a pedir!

Sou solidária por natureza e fico especialmente agradada quando constato essa mesma qualidade entre as pessoas de quem gosto, pois não só fico feliz pelo acto em si, pela forma como o mesmo facilitará a vida de alguém, como me conforta relembrar que entre os meus Amigos e/ou Familiares estão pessoas de bem. Acredito que é naquilo que damos aos outros sem esperar nada em troca, que nos revelamos!

Numa época como a que vivemos, em que as dificuldades são assombrosas e os pedidos de ajuda proliferam, não consigo deixar de sentir que o que se faz é sempre insuficiente, sendo certo, porém, que o pouco que se dá é de todo o coração.

É especialmente nas redes sociais que os apelos surgem. Seja para fazer face a despesas de saúde, seja para ajudar animais em risco, seja para possibilitar a realização dum sonho, cada um, a seu jeito, é legítimo e, como é óbvio, só ajuda quem quer e quem pode.

Sendo que responder aos apelos que nos vão surgindo diariamente implica recursos maiores do que os que a boa vontade pode oferecer, impõe-se fazer escolhas e, cada um, de acordo com as suas convicções, vontades ou puros caprichos, escolherá abraçar a causa que mais lhe aprouver, se assim o entender!

Pois que, se é certo que a disponibilidade que demonstramos em prol dos outros nos define como ser humanos, também não é menos verdade que a forma como se pede (e se agradece, ou não) nos descobre.

A este propósito confesso que há umas semanas que sigo, com algum interesse, um apelo no Facebook que, não obstante não ter contribuído financeiramente – pois que as minhas opções passaram por outras causas, quanto a mim prioritárias – partilhei e muito tenho desejado que se atinja o objectivo pretendido.

Contudo, há alguns dias a esta parte, tenho vindo a ser surpreendida pela falta de humildade com que o “peticionário” se tem dirigido a quem não respondeu, em géneros, ao seu apelo.

Além de demonstrar uma enorme falta de sentido de oportunidade, mais grave ainda, age, contra aqueles que são os destinatários dos seus pedidos, com a arrogância própria de quem pode exigir o que quer que seja.

Sendo certo que até agora não contribuí para a sua causa porque não me foi possível (e a partir deste momento não contribuirei porque não quero), ainda assim deixo aqui, de borla e de todo o coração, uma advertência que, segundo os meus modestos critérios, encerra em si um valor essencial: "A arrogância precede a ruína, e o espírito altivo, a queda."


quinta-feira, 11 de julho de 2013

É a Crise!

O rapaz saiu de casa com a notificação que recebeu do tribunal no bolso, pois que o papel higiénico está caro e uma pessoa tem que estar prevenida, não vá a dor de barriga chegar sem pré-aviso.

Como é daqueles que gosta do quentinho, do barulho das sirenes e da azáfama dos homens que comandam as mangueiras, nada como atear um “fogozinho”, para aquecer os ânimos!

Mas antes, há que contactar com a natureza em estado puro… baixa as calças, flecte os joelhos, fecha os olhos enquanto faz força ao som dos passarinhos… ah, que alívio, que bem que se está no campo!

Calmamente retira a notificação do bolso e dá-lhe uso, afinal para que serve o erário público senão para limpar a m… de uns e outros?!!

De seguida risca o fósforo, aquele lampejo azul que em contacto com o pasto seco se transforma numa enorme fornalha, rapidamente se expande…. Ele observa, de longe, prazerosamente….

Quando os bombeiros chegam, nada resta da propriedade fértil de outrora. Um amontoar de negrume morto cobre o horizonte… ao fundo, uma luz, um brilho no meio da escuridão, um papelinho que esvoaça ao sabor do pouco vento que se sente …. um papelinho com nome e morada…e perfume peculiar!  

Dizer que a minha profissão permite-me contactar com as mais diversas realidades, não é novidade.

A novidade é ainda conseguir surpreender-me!


Isto da crise afecta todos os sectores!