terça-feira, 31 de julho de 2012

É só uma Perguntinha...


Apesar do meu bom feitio, que eu cá sou muito simpática e bem disposta (e modesta), não tenho grande afinidade com aquela malta sem vergonha que acha que faço horário continuo.


Também não aprecio aqueles que aparecem esperando borlas, mas irritam-me sobretudo aqueles que não respeitam a minha necessidade de descanso.

Bem sei que este aspecto leve e fresco, aparentemente decorrente de excesso de boa vida, aliado ao facto de ter uma profissão reconhecidamente pouco trabalhosa e muito rentável (I wish), pode ser enganador mas, na verdade, espantem-se, também eu, como o comum dos mortais, tenho necessidade de descansar, de estar com a minha família e de, de vez em quando ou pelo menos à hora de jantar, não me lembrar que existe trabalho, tribunais e gente que não se entende…

Mas a verdade é que há, e como há, quem ache que eu sou uma espécie de “loja jurídica de conveniência”.

É por essas e por outras que desde sempre decidi não ter telemóvel profissional, contudo, mal podia eu esperar pelos telefonemas “pessoais”!


Imaginem o que é estar a jantar, aí pelas 21H30 (sim porque aqui a malandrona (mandriona em algarvio) não janta às 7 da tarde!!!) e toca o telefone. Eu vejo o número de alguém que muito raramente me liga, atendo o telemóvel na expectativa e à primeira frase já me arrependi de não o ter colocado no silencio!

Ouço do outro lado: "Olá, ainda estás no escritório?", como quem justifica o adiantado do telefonema, como se fosse expectável que àquela hora, eu ainda estivesse a trabalhar, e melhor, a dar consultas!

Eu respondo com ar enfadado e na leve esperança que do outro lado da linha haja um rasgo de lucidez e a pessoa se despeça de fininho:“Não, a esta hora nunca estou no escritório, o meu filho tem meses e precisa jantar cedo!”

Mensagem não captada!


" – ah, olha, queria fazer-te uma perguntinha…." (gosto especialmente do uso do diminutivo, como quem diz, isto é coisa rápida e que certamente não te fará diferença responder, e só se fores muito mal educada, egoísta, arrogante e sem coração, me negarás ajuda neste momento de agonia…).

Enfim, podia realmente não ter atendido o telefone, mas nesse caso, o espirito inquieto de quem corre para tirar o pai da forca, com a urgência de que uma qualquer bagatela merece, insiste às 22H00 e, como eu não atendo, volta a tentar às 22h30 e, como eu volto a não atender, às 23H00 manda uma sms e, como eu não respondo, às 9h00 do dia seguinte, ainda que seja Sábado, Domingo ou feriado, está de novo em linha….

Há quem diga que cada um tem o que merece... pois, se calhar é isso!






2 comentários:

  1. Enquanto tive o escritório, tive um telemóvel profissional. Ligava-o às 9h30 e desligava-o pelas 18h30-19h00. E ao fim-de-semana estava sempre desligado. É certo que não vinguei na profissão - também porque nunca gostei de a exercer - mas a verdade é que não aturei gente maluca nas minhas horas de descanso. Era mesmo só o que faltava!

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  2. Pois minha Cara, mas aqui o problema não é a utilização do telefone profissional e sim o abuso do pessoal (que eu nunca dou para efeitos profissionais)!

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