quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Providencial!


Ontem tive mais uma daquelas diligências de revoltar o estômago, não porque a situação não fosse séria, porque era, mas sobretudo pela representação da cena da "coitadinha, f... e mal paga"!!!

Como eu sou uma moça com uns fígados muito azedos, e tenho uma certa intolerância a injustiças, alem de uma paciência muito reduzida para telenovelas mexicanas, assim que pude, tentei, sem sucesso, acordar a bancada que já se vergava às lamúrias da histérica insana, que berrava para o Pai dos Filhos:"Mintiroso, és um mintiroso, não tens vergonha de vir mintir em tribunal? Prova, prova, tens que provar isso agora""pobre de mim que não tenho ninguém". 

Enfim, um horror, capaz de fazer chorar as pedras da calçada.

Eu ainda tentei, mas nada consegui contra aquele golpe de grande dramatismo e alma de estrela em decadência!

Mas consegui aquilo que quase sempre consigo (e que nem sempre me agrada): Consegui enfurecer a maluca!
Enquanto a Barbie leoparda (vison e malinha - tudo em brega, claro está) gritava comigo, com a voz embargada pelo choro, sempre fiel à personagem, eu fazia questão de a ignorar. A mulher não gostou!

À saída da sala de audiências reparei que ela aguardava...

Dirigi-me ao elevador e notei, pelo canto do olho, que a loura oxigenada se dirigia para mim. Estarreci e pensei: Era o que mais me faltava, mais uma cena de teatro e desta vez com participação especial - a minha.

Mas não, a mulher não queria conversar, queria entrar no elevador comigo!

Pensei novamente (coisa que faço pouco) para com os meus botões: Querida Pitanga (Eu), se tens amor a essa carinha laroca, ao teu cabelinho dourado e pago a peso de ouro, e os queres conservar em bom estado, oh mulher, tu foge, e foge depressa!

E pronto, lá fui eu pelas escadas, em passo apressado, enquanto a maluca me seguia novamente!

Entrei na secretaria geral e esperei que ela passasse!

De seguida, chamei o elevador e quando o dito abre as portas: Charaaaaaan: O namorado da demónia!

Pensei: Pronto, acabou-se, vou levar o maior enxerto de porrada da vidinha! Aqui se fica uma bela carreira!

Nisto, e porque eu sempre confiei que o meu Santo é forte e providencial, aquela porcaria de elevadores que levam uma eternidade e nunca funcionam quando mais se precisa, escancararam as duas portas na minha frente, assim me salvando da descida fatídica!

Afinal ainda vou andar por aí a irritar muita gente!



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