terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Há Coisas que Nunca Mudam!


Esta manhã, enquanto esperava por uma colega, sentei-me numa cadeira da assistência duma sala do tribunal enquanto decorria um julgamento.

Contacto com estas realidades todos os dias, mas enerva-me, revolta-me, a predisposição do povinho para viver à conta…

Tentando perceber das condições económicas e sociais do prevaricador de 32 anos (o qual era pela terceira vez, no período de 18 meses, apanhado a conduzir sem carta), perguntava, inocentemente o Sr. Dr. Juiz:

- Então o Sr. Trabalha?
- Às vezes, na banca que a minha Mãe tem na Praia da Rocha.
-  Às vezes? Mas então e no resto dos dias?
- Ah, nos outros dias não faço nada!
- Ah, muito bem… Olhe, o Senhor é casado? 
- Não.
- Tem Filhos?
- Sim, tenho duas meninas e vem outro a caminho.

Perante isto, o Juiz fez a pergunta óbvia:

- Então mas o Sr. e a sua Família vivem do quê?
- Do Rendimento Mínimo! (como é obvio!!!)

   Enfim, é certo que a generalidade das pessoas já se habituou a conviver com esta realidade, mas eu, de facto, sou uma inconformada! Faz-me confusão que uns tenham que trabalhar e pagar impostos, enquanto outros usufruem dos benefícios que este nosso “estado social” tanto se preocupa em oferecer.

O mais grave disto tudo, foi ouvir o Sr. Procurador pedir uma pena de multa, em vez de prisão, por considerar que o arguido se encontrava familiar, social e profissionalmente integrado!


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