sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

As Férias, ai as Férias!!!

Estou farta de dias cinzentos, mas antes o Inverno que o Verão.

Não gosto de chuva, mas gosto do sol de Inverno, o melhor sol do ano!

Do Verão, gosto apenas das férias, dos dias despreocupados, sem grandes horários ou compromissos. Gosto do bronze, gosto muito do bronze … coisa que o próximo Verão não me trará, pois que, se me restar algum bom senso e auto respeito, não exporei o meu “corpitcho” – e por consequência a minha pança recém desocupada – em público.

Talvez por isso hoje tenha levado o dia todos a amargurar enquanto relembro as férias idas, os “All Included” anuais desfrutados em paraísos tropicais enquanto por cá chovia… como agora. As férias de final de Junho, invariavelmente passadas em Espanha a convite dos Sogros, e que me retemperavam para o resto do ano.

Enfim, têm sido umas semanas sem grande graça!

Enquanto me auto flagelava com tudo o que já foi e que não sei quando e se voltará, lembrei-me das primeiras férias que fizemos em Espanha.

Não sei falar castelhano e acho absolutamente ridícula aquela malta que acha que comunicar com um espanhol é falar português enquanto enrola a língua. Por isso, sempre optei por falar português, embora devagar, na expectativa de me fazer compreender. Com o passar dos anos percebi que não resultava e por isso passei a calar-me e a deixar o marido falar.

Nessas primeiras férias, após uma semana no Sul, rumámos a Barcelona. No regresso, parámos numa estação de serviço para colocar combustível. Enquanto o marido, então namorado,  abastecia, eu dirigi-me à caixa para pagar.

Sendo que tinha algumas pessoas à minha frente, o marido encheu o depósito e aproveitou para verificar o ar dos pneus. Quando chegou a minha vez de pagar, já alguém estava a tentar abastecer na “nossa” bomba, o que me impedia de proceder ao pagamento. Foi aqui que a coisa se complicou!
A espanhola disse-me então (em castelhano, obviamente!) que teria que dizer ao outro cliente que colocasse a mangueira no sítio, para possibilitar o pagamento. Olhei para a mulher com ar incrédulo como quem diz: A sério que queres que EU lá vá explicar isso ao homem?!!!  Na falta de reacção, resignei-me e lá fui.

Cheguei junto do carro de matrícula espanhola, enchi o peito e pensei: Isto não há-de ser assim tão complicado! Afinal, eu não sei falar castelhano, ele também não sabe falar português, está tudo certo!

Então, disse-lhe assim (escrevo como falei para que percebam a gravidade da coisa e o tamanho do melão… até porque se não sei falar a língua, muito menos saberia escreve-la!):

Sénhor, perdon, pero tienes que colocar na maguiera en la bomba, porquê no consgigó pagar! (Isto tudo enquanto rezava para que aquele momento de humilhação barata que me fazia sentir um vulcão em actividade, se desvanecesse do meu presente e da minha memória).

O homem, de sorriso condescendente no rosto, sem contudo conseguir disfarçar a vontade de rir que lá ia dentro, respondeu-me (também tal como escrevo):

- Ah, tem toda a razão, peço imensa desculpa!

A cena ficou no passado, mas a memória da vergonhaça associada, há-de perseguir-me até ao fim dos meus dias!


Afinal, que falta me fazem as férias?!! Antes a trabalhar! 

2 comentários:

  1. Maravilhoso! Sei senhora que eu não vou identificar aqui, mas que posso dizer que era muito culta, e bonita e tem um blog para lá de bom que começa em M e acaba em e e no meio lem as letras iron, uma vez num restaurante perguntou se não havia "fejones" verdes (judias) para a companhar o peixe.

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