Há quem diga que dizer NÃO aos
Filhos nem sempre dói. Não dói porque se diz “Não” para os proteger, porque
dizer “Sim” implica um mal maior. Porque vê-los na eminência de cometerem erros
que os prejudicarão no futuro e ter a possibilidade de evitar esse cenário com
um simples “Não”, retira desde logo qualquer sofrimento, dificuldade ou
angústia em contrariá-los.
Para mim não, um “Não” dói sempre,
dói-me sempre e muito! Mesmo que o motivo seja dos mais justificáveis!
Ontem à noite o meu Filho
pediu-me para dormir comigo “Só um
bocadinho, Mãe!” (acompanhado daquela expressão doce e subserviente que, aos
dois anos e meio, tão bem sabe usar).
Disse-lhe que não! Que cada um
dorme na sua cama e que o quarto dele é mesmo ao lado do meu!
Ele insistiu! Eu tive vontade de
ceder. Não cedi, mas retorqui: “Só se fizeres cocó no bacio!” (guerra que vimos
travando nos últimos meses).
Ele imediatamente disse que sim.
Prontamente tirámos a fralda e ele sentou-se. Ao fim de poucos segundos disse
que já estava. Fui ver, não estava. Fez só xixi!
- AP, assim não podes dormir com a Mãe, não foi isto que combinámos. Se
não fazes cocó não dormes na minha cama.
Ele imediatamente se sentou, e
esperou. E eu esperei. E rezei que ele fizesse, não só porque é importante que
comece a fazer, mas porque não queria dizer-lhe “Não”. Ele não fez. Eu não cedi
e ele foi para a cama dele. E chorou, e eu chorei por dentro!
Quando me entrou no quarto com a
cara lavada em lágrimas ofereci-me para me deitar na cama dele um bocadinho. Ele
aceitou.
Entre soluços disse: “ O A. “cholou” muito… por causa da Mãe.”
Enquanto lhe explicava porque não
o deixei dormir comigo, que não gostava de o ver chorar, ele acalmava, mas o
meu coração continuava desfeito. Regressei então à minha cama. Ele dormiu.
Durante o sono, sonhei que me
tinha afastado dele. Que o tinha entregue a alguém. Que tinha abdicado de o ter
comigo. Depois chorei, chorei muito e tanto. Quando acordei, chorei mais ainda!
Às seis horas ele veio ter comigo.
Meti-o na minha cama e dei-lhe a mão. Dormimos os dois. Àquela hora já não
havia posição a marcar, já não tinha que lhe dizer “Não”.
Ainda bem, a mim custa-me, sempre,
e muito!
Ainda não fui mãe, mas lendo o que escreves imagino o quão apertado deve ficar o peito nesses momentos... Beijinhos
ResponderEliminarApertadinho, apertadinho!!!
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